Uma área estranha e tenebrosa nas universidades de séculos passados. Você sabia?

007c DSCN0122Você sabia que, de 1553 a 1836 existia prisão para estudantes dentro das universidades? Uma delas está preservada em Coimbra, Portugal, e é a única prisão medieval existente naquele país. No Brasil nunca teve, porque não há universidades medievais aqui.
Houve casos graves, como o assassinato de um professor por um grupo de estudantes e esses foram condenados à morte. Mas a maioria dos casos era por rebeldia, ou pequenos delitos e era esse o objetivo principal da prisão, ou seja, ter uma prisão de caráter disciplinar para proteger professores, estudantes e funcionários de criminosos em presídios comuns. Um célebre prisioneiro nessa universidade foi o poeta português Antero de Quental, líder estudantil, agitador político, socialista, com opiniões e idéias revolucionárias. Ele foi um dos envolvidos na Revolução Liberal em 1836, que extinguiu a jurisdição carcerária estudantil, então as prisões acadêmicas foram encerradas. Quental lutava pela intervenção e renovação da vida política e cultural portuguesa. Tinha uma personalidade complexa, que oscilava entre a euforia e a mais profunda depressão, acabando em suicido. Uma estrofe de seu famoso soneto “A divina Comédia” dá pistas dessa personalidade depressiva:
“Deus, por que é que nos criastes?! Incessante
Corre o tempo e só gera, inestinguíveis,
Dor, pecado, ilusão, lutas horríveis,
N’um turbilhão cruel e delirante…”

Prisão estudantil. Posso até ser crucificada, mas acho que essa lei medieval seria uma boa medida nas escolas de hoje para disciplinar e coibir trotes violentos, bullying, agressão contra alunos e professores e tantos outros atos violentos que estão aumentando a cada dia em nossos colégios e universidades.

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