Sejamos fieis e perseverantes ao verdadeiro saber

Nesta magnífica alegoria, a entidade da esquerda segura um pergaminho. Ela representa o Saber transmitido. Ao centro, uma figura humana central, entre duas testemunhas, segura um livro, e promete fidelidade àquele Saber recebido. À direita, outra entidade segura uma coroa, a coroa da Glória, que será colocada sobre a cabeça do Aprendiz fiel.
A Leitura trás Conhecimento. O aprendiz será fiel ao verdadeiro conhecimento. E a Glória o distinguirá como um ser que se destacará ao usar aquele conhecimento para melhorar a sociedade.
Qual é esse conhecimento? É a Lógica, a Filosofia, a Matemática, a Física, a Metafísica, a Geografia, a Arqueologia, a Biologia, a Política, a Economia, a Arte, a Retórica, a Poesia.
Os verdadeiros aprendizes, fieis a estes conhecimentos, são os profissionais formados e dedicados à prática desse saber. São eles quem tem sustentado o progresso e a manutenção de nossa sociedade. Mas o nosso país agoniza. Agoniza pela deficiência de mais aprendizes e praticantes desse saber. O interesse por esses conhecimentos está diminuindo. O raciocínio lógico sobre a realidade está sendo substituído por percepções subjetivas. Crenças estão se sobrepondo à razão. A Ciência está sendo menosprezada. A moral está sendo destruída pelas ações de interesses pessoais.
Aristóteles proferiu uma emblemática frase: “O objetivo da Educação é substituir a natureza e completar aquilo que ela apenas começou”.
O que estamos fazendo para completar e substituir o nosso ambiente?

Conhecimento trás Liberdade

Este monumento homenageia o escritor e filósofo francês Denis Diderot (1713-1784). Diderot foi um dos mais notáveis intelectuais e pensadores na época do Iluminismo. O Iluminismo foi um movimento que incluiu uma série de ideias centradas na razão. Este movimento colocou “luz” sobre o conhecimento até então oculto e gerou uma mudança na mente das pessoas, O movimento defendia ideais como liberdade individual, comercial, de pensar, de escrever e publicar; fazia oposição às ideias religiosas e ao absolutismo monárquico e político. Diderot foi um dos maiores difusores do conhecimento. Ele foi co fundador do mais importante livro da época, juntamente com outros notáveis fundadores (D`Alembert, Voltaire, Rousseau e Montesquieu): a Enciclopédia, ou dicionário racional das ciências, artes e profissões). A Enciclopédia exerceu uma poderosa mudança no pensamento político, religioso, artístico e científico. A obra era disseminada ao povo com panfletos com dizeres como Atreva-se a conhecer. Essa obra influenciou os ideais da Revolução Francesa.
O monumento nesta imagem, no majestoso Pantheon de Paris, o qual homenageia os grandes heróis franceses, representa os elementos mais importantes dos ideais e conquistas de Diderot. A estátua abaixo, à esquerda, sentada, é Veritas, a deusa da verdade. Veritas aparece sempre segurando um espelho. O espelho reflete a realidade exatamente como ela deve ser, sem distorções. A direita, uma figura masculina representa a Força pela verdade e pela transformação mental e social. Essa força é a revolução. E ao centro, a figura de um revolucionário intelectual, com punhos cerrados, que exibe uma beleza semi nua: a Liberdade. A Liberdade é o conhecimento livre de crenças, de dogmas, de ideologias, de falsas informações, porque passou pelo rigor da verdade, que é a aliada da razão e do método científico. Esse conhecimento liberta a mente e amplia o pensamento, a inteligência e promove importantes ações no meio social.
Na obra, a Liberdade se mostra semi nua, pois há muito ainda a se desnudar das mentiras e do desconhecido.
Precisamos continuar a desvendar o conhecimento. Porém, sob o rigor da verdade. Só ela libertará a mente e transformará o mundo.

Resquícios do passado beneficiando o presente

Venetian Resort Las Vegas

Esse ambiente magnífico construído nos dias de hoje (The Venetian Resort, Las Vegas), exigiu enorme rigor da ciência, da arte, da arquitetura, da história. Ele resgata a expressão do pensamento racional e artístico do antigo império greco-romano há mais de 2500 anos, que perdurou por aproximadamente dez séculos, e após isso fora invadido e destruído pelos bárbaros, os quais tinham conhecimento bastante primitivo sobre as artes e os outros saberes. Neste período da história (Idade Média, séc V a XV), portanto, quase todo aquele esplendor da Grécia e Roma antiga havia desaparecido. A humanidade viveu então o obscurantismo, o fundamentalismo religioso, a feiura, a inquisição, a fome, a sujeira, as doenças, o desconhecimento da ciência e da arte clássica. Porém, entre os séculos XIV e XVII, personalidades idealistas decidiram retomar as belezas e riquezas culturais do império greco-romano, aproveitando o que sobrou da literatura, as técnicas das pinturas, o resto das esculturas, os escritos das ciências. Houve então o nascimento de um novo período: o Renascimento. Começava a renascer tudo aquilo que era belo e importante para uma sociedade bonita e bem desenvolvida. Hoje, somos os usuários atuais das boas obras criadas na antiguidade e resgatadas no Renascimento, desfrutando do bem que elas nos proporcionam, embora ainda sejamos ameaçados com o radicalismo, a ignorância ou o primitivismo político, religioso, artístico, social e econômico. Essa experiência da história nos ensina que precisamos nos esforçar para manter viva a chama de tudo aquilo que fertiliza o espírito e a sociedade. Neste momento, a tocha está em nossas mãos. Como mantê-la acesa para passar para as próximas gerações?

Venetian Resort Las Vegas

A Ciência explicando uma experiência mística

Quando eu era adolescente, eu tive uma experiência mística. Eu era muito católica. Certa vez, eu estava rezando o terço na varanda de casa ao anoitecer. Quando eu estava orando quase a décima ave-maria do terço, eu senti uma luz muito brilhante diante de mim, e senti meu corpo sair do chão e voar no espaço. Me senti em outra dimensão, envolta por uma luz divina, com uma imensa sensação de paz e felicidade. Achei que Nossa Senhora viera me receber, abriu as portas de seu templo, e me conduziu para dentro dele por alguns segundos, ao ouvir minhas invocações a ela naquela repetida ladainha do terço, que eram como toques delicados da minha mão batendo na grandiosa porta sagrada.Anos mais tarde, quando me tornei uma pesquisadora e estudiosa da Ciência, eu quis entender aquele episódio pelo qual passei, porém, sob a ótica da Ciência. Verifiquei que experiências semelhantes à minha haviam sido investigadas por meio de estudos com várias metodologias científicas, principalmente as imagens cerebrais de pessoas enquanto estavam tendo experiências religiosas. Os estudos mostraram que certas partes do cérebro ficam alteradas nesses momentos. Por ex., o lobo parietal, diminui a sua atividade. Uma das funções do parietal é a consciência corporal no tempo e no espaço. Com a diminuição da atividade nessa região, perdemos essa noção de tempo e de espaço, e então temos a sensação de ter ultrapassado os limites da materialidade, atingindo uma outra dimensão espacial, e desta forma podermos estabelecer, pelo menos no nosso mundo mental, uma união com o universo ou com o sobrenatural. Uma outra região afetada é o lobo temporal, que está relacionado com as emoções e as memórias. Alterações nessa região já fizeram muitas pessoas, mesmo ateus, vivenciarem experiências religiosas. O lobo temporal já foi apelidado por alguns cientistas como um God spot (um ponto de Deus) devido à grande incidência de pessoas que têm experiências religiosas durante uma hiper ativação neuronal nessa região do cérebro. E também, ações muito repetidas, neste caso, ações religiosas, como orações cotidianas, ou as repetidas preces de um terço, são, para as células neurais, um forte estímulo, como ficar cutucando, batendo, invocando, implorando por uma resposta. E, em um determinado momento, aqueles células respondem. Respondem com a despolarização, ou seja, as “portas” daquelas células (as membranas celulares) que estavam fechadas, cujos íons em seu interior eram negativos e estavam em repouso, agora se abrem e permitem a entrada de íons positivos e saída de íons negativos, o que ocasiona um impulso, o chamado impulso nervoso, o qual percorre uma cadeira de outros neurônios para executar uma ação.Quantos mistérios esconde o cérebro humano, entre eles, os mistérios sagrados. Abrigamos dentro de nós o Templo do espírito, que abre suas portas por meio da fé, e nos permite entrar em um mundo divino que transcende o espaço, e o tempo, nos dando um banho de luz, leveza, contemplação, que transcende o real e o material, e causa a mais profunda sensação de plenitude.

Referências:
– Mystical Experiences Open a ‘Door of Perception’ in the Brain – https://www.livescience.com/53652-brain-origins-of-mysticism-found.html– Right Parietal Lobe-Related “Selflessness” as the Neuropsychological – Basis of Spiritual Transcen… Ver mais



Uma Feiticeira da Ciência

Bem, eu garanto que não é feitiçaria. É sim, um fenômeno misterioso. Mas ele é bem conhecido por todos: é a Intuição. A intuição é a capacidade de saber algo sem raciocínio analítico. É um saber inconsciente. Se compararmos a nossa experiência interior com um iceberg, a ponta é o que dele conhecemos e somos conscientes. O fundo do iceberg, muito mais amplo, é o que está armazenado por meio de experiências passadas que adquirimos durante a vida, e também por reações automáticas prontas que carregamos dos nossos ancestrais, como os reflexos de defesa, para que possamos acioná-los prontamente em situações de emergência, como por ex., quando precisamos desviar o carro de um buraco que subitamente aparece na nossa frente.

Algumas pessoas me chamam de feiticeira. É porque por várias vezes eu previ que coisas iriam acontecer. E aconteceram!
De onde vem esse poder?

Que poderosa é a mente humana. Ela vive o presente tendo experiências novas a cada instante. Resgata a riqueza do passado para sustentar o presente. E por meio disto, também prediz o futuro.

Essas são as raízes do planejamento de vida pessoal e profissional. Das escolhas mais adequadas. E das boas decisões que tomamos – ou evitamos – na vida.

O Espírito da Escada

Na língua francesa há uma expressão, “L’esprit de l’escalier” cuja tradução seria “O espírito da Escada”.
Ela representa pensar em uma resposta quando já é tarde demais. É uma sensação de arrependimento por não se ter dito algo no momento exato, e portanto, ter perdido aquela oportunidade. Comparativamente à escada, é como termos tido a oportunidade de estar no alto e podido expressar algo que pensávamos, mas não o fizemos. Essa “altura” significa um momento único de se dizer algo. Aquele momento passa, e surge então o momento de descer, mas o desejo de se expressar não foi concretizado. Quando se inicia o processo de descida de uma escada, não se sobe mais. E todos estão indo embora…
É possível que todos nós já tenhamos passado por isso, seja por um processamento cognitivo mais lento da interação social naquele momento, seja por esquecimento e lembrança logo a seguir, seja por timidez.
Mas não precisamos nos preocupar isso. A escada que desce é a mesma que sobe. E quando estivermos lá no alto novamente, a experiência anterior da omissão do que se gostaria de ter dito, estará bem nítida e forte dentro de nós, e então teremos a oportunidade de dizer aquilo. Tendo porém, a consciência de que teremos que descer a escada novamente com arrependimentos diferentes, mas que estes também se fortalecem para a próxima subida.
E assim vamos ganhando força e experiência na comunicação e expressão de nosso espírito.

Roses also Cry

At the end of the cool night, the humidity of the air is precipitated by condensation in small drops, which fall and settle in the surface of the vegetables. It is the dew, “tears” that the cold and dark night pours over the plants and flowers. On the roses, those drops rest gently on their velvety surface. Different from humans who shed tears from inside to outside themselves, roses do from the outside itselves. Roses hold tears filled with cold water while humans hold tears with warm emotion. Tears of roses do not communicate pleasure or pain while tears of humans communicate inner joy or call for relief of pain.
I wish I could to be a rose, for not shedding tears of agony and pain.
Roses wish could to be me, for shedding tears of joy and love.

As rosas também choram

No sereno da madrugada, a umidade do ar se precipita por condensação em pequenas gotas, que caem e se acomodam sobre a superfície dos vegetais. É o orvalho, “lágrimas” que a noite fria e escura derrama sobre as plantas e flores. Nas rosas, as gotas repousam delicadamente sobre sua superfície aveludada. Humanos derramam lágrimas de dentro para fora de si. As rosas, de fora para dentro. Rosas abrigam lágrimas carregadas de vapor. Humanos abrigam lágrimas carregadas de emoção. As lágrimas das rosas não comunicam prazer ou dor. As lágrimas dos humanos expressam a alegria interior ou pedem socorro para o alívio da dor.
Quisera eu ser uma rosa, para não derramar lágrimas de agonia e dor.
Quisera a rosa ser eu, para derramar lágrimas de alegria e amor.

Diferença entre Simplicidade e Simplismo

Na personagem da foto, não há maquiagem na face, nem cabelos arrumados, nem roupas extravagantes, nem acessórios de beleza. Ela apresenta-se de forma simples. Se fosse simplista, ela teria desconsiderado alguns elementos que complementam ou dão harmonia e coerência às partes e ao todo, então sua pele estaria descuidada, seus cabelos maltratados, suas roupas desleixadas, sujas ou rasgadas.

Simplicidade é a ausência de artifícios, extravagâncias e excessos, não só de ordem material, como no exemplo da expressão física de uma pessoa, mas também de ordem social e psicológica, como por ex., a forma de falar, de escrever, de analisar ou resolver uma situação.
Já o Simplismo é uma tendência à simplificação, ignorando ou desprezando elementos necessários para completar um todo, para resolver um problema, analisar e enxergar uma situação, enfim, lidar adequadamente com a complexidade das coisas por meio de análises e julgamentos irrealisticamente simples.

Simplicidade não é o oposto de complexo; é o oposto de complicado. É importante distinguir mensagens simples que capturam a essência de uma situação daquelas que são apenas simplistas. Einstein dizia que tudo deve ser o mais simples possível, mas não simplificado. O Simplista deixa de lado aspectos fundamentais para pensar, agir ou atingir objetivos. Mas quem enfatiza o SIMPLES tem a capacidade de filtrar aquilo que realmente importa daquilo que não acrescenta valor. A energia é concentrada naquilo que é necessário. Por ex., uma simples solução para um problema é uma boa solução.

A simplicidade é o refúgio de um espírito complexo. É preciso coerência, consciência, inteligência, maturidade, conhecimento, experiência e sofisticação para se atingir a simplicidade. Em um mundo inquieto, apressado, com tantas coisas ainda a serem descobertas, realizadas ou mostradas, precisamos aprender a lapidar os excessos desnecessários das coisas – mas não os essenciais! – para enxergamos melhor o que de mais importante, belo e significativo podemos transmitir e adquirir da vida.