Poema reflexivo

002_Portrait_02Ao visitar o imponente Mosteiro dos Jerónimos , em Lisboa, construído no século XVI, em estilo gótico, parei diante de um pilar no qual está inscrito desde 1933, um poema de “Ricardo Reis” (heterônimo de Fernando Pessoa):

“Para ser grande, sê inteiro: nada
Teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa. Põe quanto és
No mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda
Brilha, porque alta vive”.

Ser grande é expressar toda a sua essência, adquirida por meio de suas características herdadas, sua personalidade, seu caráter, sua experiência de vida. Não podemos ter “meio” amor, “meio” sofrimento”, “meio” desejo, “meias” ações.
Tudo o que formos fazer, mesmo nas pequenas coisas, devemos fazer com intensidade utilizando tudo de nós, porque possuímos uma bagagem emocional e cognitiva exageradamente grande, mas que não é nem um pouco exagerado oferecê-las ao mundo, tampouco guardá-las para si ou excluí-las de si. Agindo assim seremos como a lua brilhante que embora vivendo no alto, reflete sua luz nos lagos e isto a faz ser vista não só em um lago, mas em todos. E nós, ao colocarmos amor, intensidade, desejo, boa vontade nas coisas que fizermos, não passaremos despercebidos porque o brilho de nossas ações será visto por todos

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