Criatividade é uma extensão da inteligência. A especialista inglesa
Margaret Boden, autora de um dos melhores livros sobre o tema, The
Creative Mind (A Mente Criativa), define inteligência como a
capacidade de armazenar e manejar adequadamente um vasto volume de
dados. A criatividade seria o poder de síntese, ou seja, a faculdade
de combinar esses dados para obter algo novo e útil. Mal comparando,
uma pessoa inteligente vê estrelas e sabe dizer o nome delas,
enquanto um ente criativo consegue enxergar os desenhos que as
constelações formam. Albert Einstein definia seu trabalho como
uma “arte combinatória”. Essa habilidade em juntar elementos,
linguagens ou áreas do conhecimento está por trás das principais
descobertas científicas e criações artísticas. O engenheiro alemão
Werner von Braun levou o homem à Lua combinando a ciência da
fabricação de bombas – que havia aprendido enquanto servia ao regime
nazista – com princípios de navegação aérea. Os florentinos criaram a
ópera, no século XVI, misturando as artes da música e da encenação.
Viciado no jogo bridge, o lorde inglês John Eduard Montague inventou
o sanduíche porque não queria parar de jogar na hora do almoço. Às
vezes uma necessidade imediata está por trás de uma idéia engenhosa.
Fragmento do texto “A idéia que mudou a minha vida”. Por: João
Gabriel de Lima, revista Veja, 2003
Por: Silvia Helena Cardoso