É muito gratificante visitar laboratórios de ciências para crianças e jovens. Os meninos ficam empolgados, interessados, engajados, curiosos, com a atenção e percepção muito aguçada, sentem prazer e alegria em aprender. Este modelo de ensino precisa estar bem coordenado com a teoria, para que eles tenham condições de realizar tarefas e compreender o que estão fazendo. Uma comparação entre o ensino teórico e o prático, é que, a teoria envolve o conhecimento declarado (falado, explicado), e a prática envolve o conhecimento de realizar procedimentos, ou seja, o primeiro ensina “O que é” alguma coisa, e o segundo ensina “Como fazer” alguma coisa. Um aspecto particularmente interessante disso, é que temos regiões no cérebro diferentes para armazenar cada um desses dois tipos de conhecimentos. E essas memórias têm justamente esses nomes: “memória declarativa” e “memória procedural”. Por exemplo, aprendemos na teoria o que é uma bicicleta, do que ela é composta e para que ela serve, e aprendemos na prática como dirigir uma bicicleta, sem nem precisar mais evocar a memória declarativa da teoria após adquirir a prática. Em outras palavras, aquele conhecimento ficou implícito nos sistemas cognitivos e motores do “como fazer” e não mais de “o que” lembrar. Portanto, a teoria e sua experimentação deveriam ser inseparáveis nas escolas e na vida, pois só assim a construção do conhecimento seria mais efetiva e mais duradoura na memória humana.
Local: Laboratório de Ciências no Nemo Museum of Science, Amsterdam, Holanda.