Regressão ao Passado: Uma Evidência da Evolução

Um levantamento feito pelo conceituado Instituto de Pesquisa Gallup em 2010, mostrou que 40% da população de americanos acredita que os humanos foram criados por Deus. Esta incidência já bem alta, pode ser muito maior ainda na população do resto do mundo.
Fico pensando como essas pessoas justificariam as evidências da evolução.
Hoje não há mais dúvidas de que os humanos evoluíram dos primatas (mamíferos onde estão
incluídos diversas espécies de macacos e hominídeos).


Por exemplo, os humanos carregam consigo estruturas vestigiais, ou seja, elementos do corpo que existiam e tinham funcionalidades há centenas de milhares de gerações passadas, e agora não têm mais, apesar deste traço persistir.
Um exemplo clássico de estrutura vestigial é o cóccix, um pequeno osso que termina a coluna vertebral na parte inferior, em humanos. Ele é um vestígio da cauda dos ancestrais do homem que servia para o equillbrio.
Ocasionalmente, ocorre algo ainda mais evidente e impressionante da evolução: Alguns seres humanos nascem com estruturas anatômicas que foram funcionais apenas para os nossos ancestrais, como pequenas caudas. Esse fenômeno é conhecido como Atavismo.


Atavismo (do latim atavus, “ancestral”) é o reaparecimento de uma certa característica anatômica no organismo depois de várias gerações de ausência.
Atavismos indicam que os genes adicionais de características anteriores estão presentes no genótipo, mas não foram bloqueados por alguma mutação ou outro erro genético. Durante o desenvolvmento fetal, as mutações podem desligar certos genes que inibem as características passadas, como fazer desaparecer a cauda por meio de apoptose (morte de células), ou pode afetar a regulação de genes.

A Ciência Explica como Esotéricos e Religiosos Vêem Aura nas Pessoas

A aura, conhecida como feixes de luz que envolve as pessoas, é usada para destacar figuras históricas espirituais, e usada também em processos de cura por místicos desde a Antiguidade.
Segundo diversas tradições esotéricas, a aura é um campo energético que envolve o corpo e oferece toda a leitura emocional dele. Ela tem até 7 faixas, cada uma de uma cor. Assim, de acordo com a crença, quando a pessoa está num bom estado de espírito, as cores da aura são bem vivas e fortes, e o contrário ocorre se o estado mental for ruim. É desta forma que os esotéricos lêem e interpretam o estado psíquico da pessoa e tentam curá-la por meio da alteração de cores desses feixes luminosos que as envolve.


Algumas pessoas esótericas, religiosas ou mesmo alguns poetas e artistas, de fato conseguem associar o ser humano a um campo de luz, mas esse fenômeno não tem nada a ver com “campo energético” ou com o mundo dos espíritos, Esta é uma condição neuropsicológica da própria pessoa que vê a aura, conhecida como Sinestesia (do grego syn-“junção” e -esthesia “sensação”), na qual a estimulação de uma via sensorial leva a experiências automáticas e involuntárias relacionadas à outra via sensorial, fazendo com que algumas pessoas por ex., “vejam” sons, “escutem” cores ou “saboreiem” formas. Pessoas que reportam estas experiências são conhecidas como sinestésicas. No caso da visualização da aura, olhar para o ser humano desencadeia no sinestésico a imagem mental de uma silhueta preenchida com cor.
Nem todos os curandeiros são sinestésicos, mas há uma elevada prevalência desse fenômeno entre eles.


Nestas pessoas, as regiões do cérebro responsáveis pelo processamento de cada estímulo sensorial são fortemente interconectadas, ou seja, eles têm mais conexões sinápticas do que as pessoas normais. Essas conexões extras fazem com que elas automaticamente estabeleçam associações entre áreas do cérebro que normalmente não são conectadas. A sinestesia ocorre quando redes nervosas de uma área sensorial “atravessam” outras áreas sensoriais, levando sinapses que normalmente estão contidas em uma área particular, cruzarem outro sistema sensorial. Por ex., em uma pessoa sinestésica, as células nervosas que carreiam som, podem terminar nas áreas visuais ou auditivas, fazendo com que uma rede sensorial se conecte com a outra, permitindo assim que o estímulo ambiental seja percebido de uma forma diferente.
O mais intrigante é que pessoas que vão nesses locais para se curarem, podem até conseguir melhorar seu estado físico e mental por um curto ou mesmo longo período de tempo. Mas os pesquisadores que estudaram sinestésicos que associavam faces conhecidas à feixes de luz, teorizam que estas habilidades de curandeiros faz com que eles tenham a capacidade de fazer com que as pessoas se sintam compreendidas e compreendam a sua dor, o que lhes proporciona uma emotividade especial, ou seja, há uma elevada empatia (a capacidade de sentir o que as outras pessoas estão sentindo) e isso contribui para a maior hipótese do efeito de cura nesses casos: um efeito placebo significativo.
Referência:
E.G. Milán, et cols. Auras in mysticism and synaesthesia: A comparison. Consciousness and Cognition, 2012; 21 (1): 258 DOI: 10.1016/j.concog.2011.11.010

Entenda porque metade de uma face desse senhor é diferente da outra

 

De tanto ser perguntado por sua netinha, o Sr. Bill McElligott na foto, foi ao médico saber por que um lado de sua face é diferente do outro.
O Sr. MC Elligott, de 66 anos, tem uma pele normal para a sua idade, mas… somente na metade direita do rosto; na metade esquerda, ele parece ter 86 anos.
Isto ocorreu devido a ele ter dirigido durante 28 anos seu caminhão e ter exposto a sua face esquerda ao sol através da janela do veículo.
A exposição ao sol é a maior causa de dano à pele. A curto prazo, muita exposição a esses raios leva à queimadura, e a longo prazo leva ao envelhecimento precoce, aumentado muito os danos causados pelo processo de envelhecimento da pele, como o afinamento da pele, perda de colágeno (proteína que sustenta a camada mais superficial da pele) e elastina (proteína que estica a pele, mantendo-a flexível). Os músculos e as células de gordura também diminuem de quantidade, e então a pele cede e se torna seca e enrrugada. Pior que tudo isso, é o risco de adquirir câncer de pele, que mata em média 8 mil pessoas por ano só nos EUA.
Muitas vezes não percebemos a quantidade, intensidade e tipo de raios solares que incidem sobre nossa pele. Devemos, portanto, estar atentos a isso, não somente no ambiente externo, mas também no interno, utilizando barreiras físicas como insulfilm, blusas com mangas compridas pelo menos durante a exposição, ou protetor solar.
Para os homens que acham que hidratante e protetor solar é “coisa de mulher”, devem reavaliar sua opinião.

Uma nova descoberta das Ciências Agrárias poderá deixar os tomates mais saborosos e saudáveis

 

Há mais de 70 anos os produtores agrários têm desenvolvido e selecionado variedades de tomate com coloração verde-clara e uniforme antes do amadurecimento. Isto leva à produção de tomates maiores, mais bonitos e atraentes, com um amadurecimento e cor uniforme, e conseqüentemente com aumento das vendas, porém… com gosto de papelão!
O tomate, para manter seu sabor e elementos benéficos, necessita preservar sua concentração adequada de açucares e licopeno, substância carotenoide que produz a cor avermelhada. Isto ocorre devido à expressão do gene responsável pelo amadurecimento do tomate, que codifica um fator de transcrição denominado GLK2.
Esse fator, uma proteína que regula outros genes, aumenta a capacidade do fruto fazer fotossíntese, ajudando na produção de açúcares e de licopeno.
Um grupo de pesquisadores nos Estados Unidos, Espanha e Argentina, identificou que produzir tomates com características mais atraentes, como o amadurecimento uniforme, leva a uma mutação, ou seja, à desativação do gene GLK2, implicando na redução no sabor do fruto e dos componentes que fazem bem à saúde, como o licopeno.
O resultado é que a produção com base no amadurecimento uniforme tem o efeito indesejado de promover o desenvolvimento inferior dos cloroplastos, que contêm a clorofila responsável por transformar energia solar em açúcar. Ou seja, com a perda nos cloroplastos, cai também a produção de ingredientes fundamentais para o sabor do fruto.
Os autores do estudo, publicado na revista Science, sugerem que a manipulação dos níveis de GLK os de seus padrões de expressão podem eventualmente ajudar na produção de tomates e de outros produtos agrícolas com melhor qualidade, que acabaram sendo afetados por desconhecimento (e ambição!) das novas gerações de produtores.
Referência
Uniform ripening Encodes a Golden 2-like Transcription Factor Regulating Tomato Fruit Chloroplast Development
Powell, A.L.T. et cols, Science, Junho, 2012

Apatia Não É Preguiça nem Depressão!

Todos nós costumamos ter momentos de preguiça e vontade de não fazer nada, o que é muito normal.
Para algumas pessoas, porém, a falta de motivação ou apatia é muito mais grave e pode ter graves consequências nas suas vidas.
A apatia é distinta da depressão ou preguiça; cada uma envolve áreas cerebrais, neurotransmissores, comportamentos e sentimentos distintos.
No caso da Apatia, algumas regiões estão envolvidas, especialmente os gânglios basais e o sistema de recompensa, tendo a dopamina como o principal neurotransmissor atuando neles.
Essas regiões, além do cortex préfrontal, são responsáveis pelo processo de tomada de decisão, modulando o comportamento em resposta à recompensa. Nos gânglios basais, a dopamina atua para nos movermos em direção àquilo que buscamos; no sistema de recompensa, a dopamina atua para nos dar uma recompensa: nos faz sentir bem e satisfeitos por aquela ação tomada. Em outras palavras, o indivíduo faz alguma ação para receber algo em troca, alcançar um objetivo, realizar um sonho, etc., por ex., ir buscar um copo de água e tomar, lhe da a recompensa agradável e prazerosa da saciação, montar uma loja lhe dá a recompensa financeira.
Portanto, precisamos ter Motivação para agir, ou, como o nome sugere, precisamos ter um motivo para ação, afim de termos nossas necessidades e desejos atendidos.
Na Apatia, os níveis de dopamina nas regiões mencionadas estão mais baixos. Isto pode ocorrer por alguma lesão cerebral, Acidente Vascular Cerebral (AVC), Alzheimer, doença de Parkinson, doença de Hundington.
Felizmente, hoje existem drogas que repõem os níveis de dopamina nestas regiões. Em um estudo, pacientes apáticos em decorrência de um AVC se tornaram muito mas motivados para executar uma ação e mesmo correr riscos. De acordo com relatos médicos, após sua participação no estudo, eles, que permaneciam reclusos em casa, passaram a sair mais, fazerem amigos e até conseguirem um trabalho.

Referência: Adam et cols (2012). Dopamine reverses reward insensitivity in apathy following globus pallidus lesions. Cortex