O sapo que se transforma em príncipe quando beijado pela princesa é uma fábula conhecida por todos. O que poucos pensam é como essa estória representa uma metáfora profunda sobre a vida, tanto para aquele que “beija” como para aquele que é “beijado”.
Um sapo é visto como uma criatura feia, rejeitada, excluída, mas com um grande potencial interior, não reconhecido. Pessoas que “beijam o sapo” são nobres e generosas, porque elas conseguem olhar para além da aparência física e visualizam naquele homem ou mulher esse potencial para crescerem e serem grandes, e os ajudam. Estes ‘beijadores” geralmente são pessoas solidárias e têm um forte desejo de cooperação, de empatia, de generosidade, ou mesmo de amor para com aquele próximo.
O amor e a solidariedade oferecidos ao “sapo” têm uma influência interessante e benéfica não só àquele que está recebendo, mas também àquele que está oferecendo. Cooperar com o próximo ativa no cérebro do cooperador a química do amor e da confiança, decorrentes da ativação do hormônio oxitocina. Estes sentimentos são percebidos pelo cooperador por meio de um sistema neural que espelha o sentimento do outro, chamado sistema de neurônios-espelho. Isso gera uma sintonia positiva entre ambos. Quando damos uma chance a alguém de realizar seu potencial interior, temos a nítida compreensão de que aparência física é apenas uma consequência da genética, do ambiente ou da cultura. E assim construímos uma sociedade mais justa, igualitária, e sem preconceitos.