Diferença entre Coragem e Ousadia

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Poucas pessoas sabem a diferença entre Coragem e Ousadia (aliás não encontrei nem na literatura internacional quem soubesse diferenciar uma coisa da outra). A maioria pensa que são sinônimos ou confundem as características de cada uma. A título de ilustração, na primeira imagem, estou à beira de um abismo, mas, apesar de minha coragem em estar no alto de um precipício de 1800 metros, acima até das nuvens, eu analisei os riscos, então me sentei para ficar melhor apoiada, me segurei na pedra e fiquei um pouco distante do real perigo. Mas na segunda imagem, eu me levantei, sai da proteção da pedra, fui para a margem final do abismo e ainda fiquei na ponta dos pés e com uma perna só! Tudo bem se eu caísse, o máximo que iria acontecer seria eu mergulhar naquelas nuvens macias e espessas e viver lá eternamente com meus colegas anjinhos que me guardaram até aquele momento, mas acabaram desistindo por tantas ousadias minhas cometidas em vida…
Agora ficará mais fácil compreender o significado de uma e de outra. Coragem é a habilidade de confrontar o medo, a dor, o risco, a intimidação ou a incerteza, mesmo tendo medo e analisando todos os riscos que o medo exige antes de agir, portanto, agindo somente após uma análise consciente. Essas ações são provocadas por grande motivação e prazer, cuja química envolvida é principalmente a dopamina e os opióides. A Ousadia significa também confrontar todos aqueles medos, mas agir impulsivamente, em busca de liberação de mais e mais adrenalina que particularmente no organismo daquele indívíduo é maior que o normal, e também quando uma decisão de agir já foi tomada inconscientemente, ou seja, a atividade neural diante de uma situação já estava preparada para ser feita antes de se fazer análise consciente dos riscos. É conhecido na ciência que, em certas situações, o cérebro faz uma escolha 6 a 7 segundos antes que você tenha consciência disso. Em um estudo, uma região do cérebro que controla o medo foi ativada 6 segundos antes de um grupo de voluntários de uma pesquisa decidir se pegava uma cobra para movê-la para outro lugar. Curiosamente, essa região ativa uma das formas de lidar com o medo. O medo tem três tipos de reações de defesa: 1. Ficar parado esperando o perigo passar; 2. Sair correndo; 3. Enfrentar o perigo. Os pesquisadores sugerem que nas ações ousadas, essa região do cérebro que controla o medo ativa a ação 3, ou seja, a de enfrentar o medo. Talvez por isso a pessoa ousada tenha um histórico de ser um pouco “fora da lei”. Ela não percebe o mesmo medo que as pessoas normais. Para ela, enfrentar grandes desafios, explorar o desconhecido, arriscar-se, libera grande energia. Essas pessoas não sentem medo de reprovação social, de críticas, de situações desafiadoras, muitas vezes é imprudente, gosta de desafios. Por ousarem se arriscar, desbravam com bravura o desconhecido, trazem o futuro para o presente, rompem padrões tradicionais de ações sociais que impedem mudanças e avanços. O mundo precisa de pessoas ousadas que mostrem caminhos novos e desafiadores e de pessoas corajosas que analisem e desenvolvam produtivamente aqueles caminhos.

 

Referências:
Your Brain on Courage:
Brain Scans Can Reveal Your Decisions 7 Seconds Before You “Decide

A Paz Dentro de Nós

008 SurgeryVestida de branco para lembrar a paz. É curioso comparar a paz do mundo exterior com a paz interior do Homem. Ambas são conquistadas com a ausência de conflitos e presença de bons sentimentos e atitudes como o amor, o perdão, o respeito por si mesmo e pelo outro.

Se cada um resolvesse seus próprios conflitos internos e aceitasse a si mesmo e ao outro como cada um é, viveríamos em um mundo melhor. Mas como a humanidade tem o seu lado maléfico, com guerras, injustiças e maldades, precisamos criar a nossa própria paz. Essa sim, depende de nós e podemos alcançá-la usando todo o nosso potencial humano que inclui tomadas de decisões acertadas como a busca do prazer e a evitação da dor.

Possuímos sistemas fisiológicos e neurofisiológicos que inibem as emoções negativas quando estamos felizes – e vice-versa, ou seja, os estados negativos da mente fecham as portas para a entrada da paz e felicidade. Algumas pessoas, por sua personalidade ou genética conseguem manter sua paz e felicidade com pensamentos e atitudes positivas mesmo diante das adversidades. Mas outras precisam de ajuda médica, psicológica ou farmacológica. É preciso constantemente fazer uma análise de como está seu estado mental e buscar formas de mantê-lo positivo. Porque o estado mental positivo não trás apenas bem estar; ele nos deixa mais motivados para atuar na vida, e atuar de forma a criar um mundo mais feliz, produtivo e pacífico para si mesmo e para a sociedade.

O Poder Transformador do Beijo no Sapo

001O sapo que se transforma em príncipe quando beijado pela princesa é uma fábula conhecida por todos. O que poucos pensam é como essa estória representa uma metáfora profunda sobre a vida, tanto para aquele que “beija” como para aquele que é “beijado”.

Um sapo é visto como uma criatura feia, rejeitada, excluída, mas com um grande potencial interior, não reconhecido. Pessoas que “beijam o sapo” são nobres e generosas, porque elas conseguem olhar para além da aparência física e visualizam naquele homem ou mulher esse potencial para crescerem e serem grandes, e os ajudam. Estes ‘beijadores” geralmente são pessoas solidárias e têm um forte desejo de cooperação, de empatia, de generosidade, ou mesmo de amor para com aquele próximo.

O amor e a solidariedade oferecidos ao “sapo” têm uma influência interessante e benéfica não só àquele que está recebendo, mas também àquele que está oferecendo. Cooperar com o próximo ativa no cérebro do cooperador a química do amor e da confiança, decorrentes da ativação do hormônio oxitocina. Estes sentimentos são percebidos pelo cooperador por meio de um sistema neural que espelha o sentimento do outro, chamado sistema de neurônios-espelho. Isso gera uma sintonia positiva entre ambos. Quando damos uma chance a alguém de realizar seu potencial interior, temos a nítida compreensão de que aparência física é apenas uma consequência da genética, do ambiente ou da cultura. E assim construímos uma sociedade mais justa, igualitária, e sem preconceitos.